segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Os Monstros que Criamos

O mostro que assombrava o meu armário na infância achou um lugar dentro de mim pra se esconder
E nem preciso mais ver em baixo da cama ou ir até o roupeiro
Basta eu pensar em morte, solidão, fracasso, doença e pronto
Me enfio embaixo das cobertas e fico torcendo pra que a luz do quartinho que há dentro de mim se acenda pro monstro ir embora
Quando a luz tá acesa dentro de mim o monstro some
Me deixa viver minha vida
Não fica preso feito carrapato nos meus pensamentos sugando toda a minha atenção e tensão
Um dia resolvi dar um basta! Tomei coragem e entrei no armário em mim na qual ele habitava e disse que era ou ele ou eu! Ele nem era tão feio assim! Ficou tristonho e fez um trato comigo que só ia me cutucar de novo em casos de perigo, pra eu não me privar de viver só por medo e nem me queimar no fogão por excesso de coragem
Hoje a gente vive numa boa, cada um no seu quadrado!
(Adriana Rampi)